Cinco erros mais vulneráveis

Cinco erros que tornam as redes corporativas mais vulneráveis.

Já foi o tempo em que bloquear o acesso às redes sociais no ambiente de trabalho era aceitável. Mas, em várias organizações, o que antes era considerado uso inapropriado da infraestrutura da companhia tornou-se essencial. Hoje, ambientes como o Facebook e o YouTube fazem parte das estratégias de marketing. Ao mesmo tempo, sistemas de mensagens instantâneas são amplamente usados na comunicação eficiente entre funcionários.

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A natureza do negócio deve definir a política de acesso a esses sites. Funcionários do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, por exemplo, não precisam das redes sociais e não devem usar as máquinas da organização para acessá-las. Já no caso de um funcionário do departamento de marketing, passar 15 minutos por dia em sites de relacionamento e em mídias sociais não é, nem de longe, suficiente. Assim, cabe ao gestor da área de TI avaliar qual a real importância desses sites para os funcionários.

Mesmo assim, há determinados tipos de site que não têm qualquer ligação com as atividades da empresa, nem há a menor justificativa para serem acessados – caso dos portais de jogos e sites adultos, por exemplo. Torre relata que com alguma frequência é procurado por clientes à procura de auxílio para se livrar de malwares inocentemente baixados durante uma sessão de pôquer.

Infelizmente, o simples bloqueio aos sites nem sempre é efetivo. Um funcionário engenhoso vai encontrar um jeito de driblar as restrições no trabalho. Ele vai comprometer a segurança, os dados e até a propriedade intelectual. Quem dá o alerta é o Senior Vice President e Chief Security Strategist da Blue Coat Systems, Hugh Thompson.

De acordo com Thompson, alguns atalhos encontrados na web para driblar os bloqueios são extremamente perigosos. “Eles criam canais na rede pelos quais fluem informações sem passar por qualquer tipo de monitoramento. Assim, até programas de prevenção de vazamentos de informações acabam tendo pouca eficiência”.

Confira abaixo cinco técnicas, das elementares às sofisticadas, usadas por funcionários para romper firewalls e medidas que devem ser adotadas para reforçar a proteções da rede corporativa.

1 – Digitar IP em vez da URL

Em determinadas ocasiões, inserir o endereço IP na barra dos navegadores pode iludir o firewall, caso este se baseie apenas no nome dos domínios para impedir o acesso. Há vários endereços que providenciam números IP para sites. Um exemplo de serviços desses está disponível em baremetal.com., que informa o IP de qualquer site. Copiar e colar esses códigos na barra de navegação dos browsers leva o internauta diretamente até esse conteúdo.

Solução

A maneira antiga de resolver esse problema seria usar uma relação de IPs e inseri-la em um tipo de blacklist. Há várias empresas que fornecem esse tipo de lista. Mas os especialistas recomendam ignorar a questão de IP/URL. Em vez de barrar, procure examinar o conteúdo de cada site. Isso vai exigir mais tempo para depurar as informações, mas é eficiente.

Determinadas páginas podem “importar” seções de outros sites. Se o endereço que importa essas informações for liberado, todas as requisições feitas ao conteúdo de outra página serão automaticamente “abençoadas”. O conselho é examinar o código fonte de cada site acessado.

2 – Carregar versões do cachê

Muitas páginas podem ser acessadas via cópia armazenada pelo próprio Google ao longo da indexação do conteúdo. Basta o usuário clicar no link “Em cache”, localizado no rodapé dos resultados de cada página exibida depois de uma busca.

O internauta é levado para dentro da página, sem abandonar o domínio do Google, ou seja, para qualquer bloqueador de URLs, o site de acesso negado não está sendo acessado. Quando um usuário navega no conteúdo armazenado de uma página dentro do Google, ele está em comunicação com o servidor dessa cópia (no caso o Google) e não com a página bloqueada.

Solução

Os especialistas recomendam a mesma solução indicada para o caso anterior, que é submeter o conteúdo a uma análise antes de chegar à máquina do usuário.

3 – Criptografar o conteúdo

Inserir HTTPS no começo de cada URL leva o usuário até uma versão básica do site e elimina boa parte dos seus elementos, mas mesmo assim garante acesso ao endereço “proibido”.

Há o SSH, criptografia de SOCKS e outros canais alternativos que “mascaram” o tráfego em redes menos sofisticadas. Elas se conectam às portas 80 ou à 443 – portas padrão para o protocolo HTTP. Então funcionam sem levantar qualquer suspeita, pois o que passa por elas é considerado tráfego normal de internet. E, quando temos o fator invisibilidade ao nosso lado, qualquer coisa é possível.

Solução

O conteúdo previamente criptografado por uma camada SSL e que flui por um canal que começa na máquina do usuário A e se estende até o ponto B, fora dos limites da rede corporativa, é muito difícil examinar.

É importante implementar proxies e gateways próprios para interromper qualquer encapsulamento e analisar cada pacote IP que chega e que sai da LAN.

As exceções intrínsecas às redes internas ou com proxies HTTPS transparentes impossibilitam o exame do que trafega na rede. A solução é submeter todo o tráfego a um intermediário que vai interromper a sessão iniciada e gerar uma nova ligação.

4 – Usar servidores Proxy e outras ferramentas de privacidade

Usar servidores Proxy particulares é outra artimanha usada. O funcionário pode configurar o navegador de forma a encaminhar todo o tráfego por um canal criptografado até um servidor externo que pode liberar o acesso irrestrito a sites e páginas.

Há uma extensão para o Firefox chamada GhostFox. Esse recurso instala um botão de privacidade logo abaixo do campo da URL e permite ao internauta escolher um servidor Proxy que blinde a navegação.

Especialistas dizem que houve um aumento razoável no uso desses recursos. Um exemplo disso é o Hamachi, uma ferramenta VPN usada para estabelecer um canal direto com um servidor, e há o programa Tor, uma espécie de roteador que envia a conexão com a internet para uma série de replicadores anônimos. Essas ferramentas foram criadas com o intuito de proteger a privacidade, mas são largamente usadas por pessoas que desejam esconder as atividades na internet, do departamento de TI.

É um jogo de gato e rato, afirmam especialistas. Não interessa se usam o Tor ou o Hamachi; as pessoas estão escondendo o tráfego com criptografia. A maioria dos recursos que filtram esse tráfego nas empresas não consegue visualizar o conteúdo circulante.

Solução

Se o servidor Proxy não for criptografado, o exame do tráfego fica facilitado e torna-se possível bloquear o acesso a servidores Proxy externos ou, como mencionado nos casos anteriores, analisar o conteúdo dos pacotes IP.

Com o conteúdo criptografado por ferramentas como o Tor, o bloqueio fica, na melhor das hipóteses, dificultado. O que pode ser feito é rastrear o Tor usando um sistema de detecção de invasores. Mas, lembre-se que essas ferramentas são altamente descentralizadas e operam de acordo com o modelo P2P, o que transforma a tarefa de geração das blacklists algo fenomenal, gigantesco.

5- Uso de smartphones

Usar smartphones para ficar ligado nos acontecimentos do Facebook ou do Twitter é algo absolutamente corriqueiro. Se usar um smartphone não é comparável a mexer de maneira indevida com o computador da empresa, ainda assim é um crime se for usado para acessar endereços da web não permitidos no local de trabalho. Em determinados casos, o Facebook ou o YouTube são bloqueados por razões de desempenho profissional. Visitar esses sites durante o expediente não difere muito de usar a estação de trabalho da companhia; de uma forma ou de outra, há o desperdício de tempo.

Solução

Neste caso, as opções de segurança são restritas, salvo o caso de o aparelho pertencer à corporação. Alguns dispositivos móveis podem ser configurados de tal maneira a negar o acesso às redes de relacionamento através das políticas de grupos e de servidores Proxy, igual acontece com notebooks e com PCs. Com dispositivos privados ou desbloqueados, há pouco que se possa fazer, a não ser negar a presença desses aparelhos no ambiente de trabalho.

No caso de organizações extremamente bem equipadas em termos de tecnologia, como acontece com entidades governamentais em que circulam informações ultraconfidenciais, sugere-se o uso de firewalls do tipo RF ou outra solução que barre conexões estranhas. Mas é uma solução de alto custo e considerada extrema. Em suma, os smartphones não são controláveis, restando ao empregador apostar na educação e no bom senso de funcionários e colaboradores. Informar aos funcionários que o propósito das diretrizes de segurança é ajudar a empresa e, consequentemente, a manutenção do emprego de todos pode ser uma saída.

Fonte: http://computerworld.com.br/

 

 

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